terça-feira, 11 de novembro de 2008

Glam Rock

O Glam rock (menos comum, e principalmente nos EUA, conhecidos como glitter rock), era um estilo de música nascido no final dos anos 60 e popularizado no início dos anos 70. Era principalmente um fenômeno inglês que foi difundido em meados de 1971 e 1973. Nos EUA, o Glam rock teve um menor impacto e foi apenas difundido por fãs de musica nas cidades de Nova Iorque e Los Angeles. O Glam foi marcado pelos trajes e performances com muitos cílios postiços, purpurinas, saltos altos, batons, lantejoulas, paetês e trajes elétricos dos cantores. Eram os tempos da androginia e do glamour e suas musicas agitadas de rock n’ roll esbanjavam energia sexual. A ênfase lírica abordava a "revolução adolescente" (T. Rex - “Children of the Revolution “, Sweet - “Teenage Rampage“) assim como uma ampla notoriedade na direção de temas heterosexuais, sobre a decadência e fama.
Os cantores de Glam freqüentemente vestem-se de forma andrógina, com maquiagem vistosas, trajes extravagantes não diferentes aos que Liberace e Elvis Presley vestiam quando tocavam em cabarés. Um exemplo famoso seria David Bowie durante a fase de Ziggy Stardust e Aladdin Sane. Ambigüidade sexual percebida era em resumo uma moda: algumas bandas começaram a tocar com trajes patentemente ridículos.
Mais que um gênero musical, o Glam Rock, também chamado de Glitter Rock, tem a ver com estilo. Um estilo nada discreto que apareceu na Inglaterra do início dos anos 70 e se popularizou principalmente a partir da explosão do alter-ego de David Bowie, Ziggy Stardust. Não sendo um gênero musical fechado e bem formalizado, as mais diferentes bandas foram classificadas de Glam. Desde o pré Hard-Rock de Garry Glitter e Kiss até punk de butique (esse sim o verdadeiro) do New York Dolls, passando pelo tecno-pop do Roxy Music. Pode se dizer até que o Queen tem um pezinho, ou quem sabe um bigodinho, no Glam.
A performance de palco, um elemento muito importante para as bandas de Rock em geral, foi potencializada pelo Glam Rock. Até o início dos anos 70, os concertos das bandas de Rock não tinham nada de grandiosos. No início dos anos 60 Bandas como Beatles, Rolling Stones e The Who tocavam em clubes, casas de show ou faziam turnê com uma dezena de outras bandas. Na América hippie, eram comuns grandes concertos e festivais com diversas bandas se apresentando. Mesmo nos grandes shows do início dos anos 70 de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Rolling Stones, pouca atenção era dada aos elementos cênicos. Em meio aos cabelos coloridos, trajes espalhafatosos, pirotecnia, iluminações das mais diversas, fogo, fumaça, androginia e muita maquiagem, as bandas Glam levaram às últimas conseqüências a palavra show.
Nascido na Inglaterra do início dos anos 70, a Glam Rock pode ser entendido como uma reação à seriedade do Rock Progressivo e da contracultura, mas também como a extensão desses movimentos. O estilo das bandas de Glam pode ser definido como uma combinação da “elegância” ultra colorida dos hippies com a dureza do mods. Da mesma forma, a sonoridade do Glam Rock varia entre a frivolidade flower power – algumas canções de David Bowie, Gary Glitter e Kiss – ao som seco que influenciaria o punk rock – outras canções de David Bowie e principalmente o New York Dolls.
Importando, traduzindo e misturando o Glam Rock com o folclore e a literatura nacional, os Secos e Molhados foram um dos grupos mais festejados na história do Rock nacional. As performances de Ney Matogrosso com trajes de índio, rebolados ao estilo Carmem Miranda e vocais agudos renderam à banda sucesso de crítica e público. Seu primeiro e clássico disco bateu Roberto Carlos em vendagens, com mais de um milhão de cópias vendidas, e arrastou multidões enlouquecidas aos shows pelo país. Um desses shows, assistido por mais de 25 mil pessoas no Maracanãnzinho, foi transmitido via televisão para todo o país – um fato marcante para a mídia brasileira já que essa foi a primeira vez que isso acontecia. Enquanto os Mutantes, ou o que restava deles, se entregavam cada vez mais ao LSD e ao Rock Progressivo se tornando cada vez mais antiquados e esquecidos, Rita Lee parecia estar mais atenta às novas tendências do Rock. Em seu grupo Tutti Frutti usava e abusava do visual baseado em cabelinhos escorridos, botas de cano alto e bocas rebocadas de batom. Outro grupo que entrou na moda foi o Casa das Máquinas. Apesar de depois ter tocado Rock Progressivo, seu primeiro disco tinha o som e visual do Glam Rock. O Made In Brazil, que em um primeiro momento teve muita influência do Blues e Rock´n Roll tradicional, também andou por aí se pintando, especialmente no disco ‘Jack, o estripador’, lançado em 1976. Mais tarde a banda se voltou para o Hard Rock, mas seu vocalista e fundador, Cornelius Lúcifer, levou adiante o namoro com o glam em seu único disco solo. Os maiores, e menos conhecidos, representantes do Glam no Brasil são Eddy Star, ex-parceiro de Raul Seixas e Sérgio Sampaio e Serguei. Eddy Star se apresentava com um visual escrachado e um repertório variado, que incluía Haroldo Barbosa, música inédita de Roberto Carlos (‘Claustrofobia’) e Lupicínio Rodrigues, ele surgiu e desapareceu tão rapidamente quanto o glam rock no país. Seu único disco, lançado em 1975, continua inédito em cd. Já Serguei continua tocando, talvez tocando seja um exagero, até hoje e teve como ponto alto de sua carreira um apresentação no Rock´n Rio II. Recentemente Serguei se tornou pansexual, ampliando assim seu horizonte artístico.
Fonte:www.petcom.ufba.br/dicionario/glam.htm

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